Grão

O ensaio fotográfico Grão (2025), composto por 20 fotografias, parte da documentação do processo de criação de uma mandala de areia, tradição milenar do Budismo Tibetano. Do traço à dissolução, o ensaio é um desdobramento da investigação de Janaína Miranda sobre a natureza da realidade e sua relação intrínseca com a impermanência.

A concepção de Grão se fundamenta na ideia de arte como processo e abertura, apontando para uma contradição fundadora: o médium fotográfico buscando fixar um rito concebido para ser dissolvido. Fotografia-rastro.

Entre planos que capturam o tato e a intimidade do trabalho manual, o ensaio revela uma gramática do cuidado e da atenção, que sustenta a forma e condensa temporalidades. Quando a mandala é dissolvida e retorna à vacuidade, o ensaio reflete que ver é também deixar ir — e que, nesse intervalo, a fotografia pode negociar outra economia do tempo, dos afetos e do comum.

Grão
2025
Fotografia digital
Impressão jato de tinta sobre papel de algodão
40 x 60 cm

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