Aldebaran é a estrela mítica do olho do touro (Alpha Tau, da constelação de Touro), do árabe al-dabarān “aquela que segue”, a estrela da iluminação do Buda, o Aleph. No contexto deste projeto de longa duração, trata-se do farol interno que permite o mergulho numa jornada arquetípica; na temporalidade distendida do puerpério e seu caráter radical. Investigo passagens, iniciações, transições, trabalho invisível, processos de cura, morte e renascimento. A imagem como espelho das ondulações da subjetividade feminina.
Realizo esta investigação-tessitura entrelaçando experiência, intuição e ressonâncias conceituais. Compõem esse último campo, os conceitos de Experiência Limite, como “a resposta que encontra o ser humano quando decidiu pôr-se radicalmente em questão” (Blanchot); Ponto-Zero, sendo “tanto um local de perda completa quanto um local de possibilidades, pois só quando todas as posses e ilusões foram perdidas é que somos levados a encontrar, inventar, lutar por novas formas de vida e reprodução” (Federici); e Individuação, entendido como o processo de tornar-se a si-mesma, por meio do encontro com o mistério, o insondável, a morte e a espiritualidade (Jung).